Habilidades Primárias

A ESSÊNCIA DAS HABILIDADES PRIMÁRIAS

Quando se trata de uma FASE totalmente realizada (estável e com suficiente profundidade), os conhecimentos necessários não se limitam às técnicas de entrada, aprofundamento, manutenção, translocação, ou ao encontro e interação com os objetos. Para poder sentir-se confortável, o praticante tem que dominar, ou pelo menos aclimatar-se, com toda uma série de técnicas destinadas a reagir corretamente a inúmeras situações. Por exemplo: o praticante precisa saber como criar a visão, se ela, porventura, estiver ausente. Ações, incluindo a passagem através de uma parede ou o vôo, em uma FASE profunda, não acontecem facilmente, embora essas ações possam ser assumidas como ocorrências naturais, pois a existência da FASE se dá além do mundo físico. Além de técnicas que permitam a interação com o ambiente e os arredores da FASE, outros métodos devem ser aprendidos e aplicados para neutralizar o medo, caso ele force o praticante, consciente e consistentemente, a sair da FASE.

O praticante não tem que decorar todas as habilidades primárias, mas é necessário prestar muita atenção para algumas delas: retorno de emergência, criação da visão, translocação através de objetos, como entrar em contato com objetos animados, e, para muitos, as habilidades dedicadas ao controle do medo também se mostram extremamente relevantes.

A escolha final dos métodos que exigem foco adicional por parte do praticante, deve ser feita com base nas experiências pessoais e nos problemas enfrentados durante a FASE, uma vez que, diferentes praticantes, muitas vezes, têm tipos completamente diferentes de problemas.

DISCERNIR A FASE

Problemas com a identificação das FASES durante a entrada, muitas vezes surgem nos estágios iniciais do estudo. O praticante simplesmente não consegue entender se já está ou não na FASE. Esta incerteza pode manifestar-se enquanto deitado ou durante a prática em outras posições.

Se o praticante estiver simplesmente deitado, percebendo fisicamente seu próprio corpo, e não estiver fazendo nada, então será realmente difícil determinar se ele está ou não presente na FASE. É necessário observar que pode não haver sinais de um estado de FASE. Por outro lado, pode haver uma série de sinais e sensações fora do comum que não indiquem, necessariamente, o início da FASE.

O problema da incerteza de um estado de FASE é sempre resolvido através de ações. Se o praticante estiver deitado, na maioria dos casos, a utilização de técnicas de separação pode produzir indicações de se ter alcançado um estado de FASE, uma vez que essas técnicas podem, muitas vezes, terem sido realizadas de forma incorreta.

É possível a utilização de técnicas que só podem ser realizadas no estado de FASE. Se o praticante ficar em pé e não reconhecer o seu entorno, então poderá supor que esteja de pé num estado de FASE. No entanto, muitas vezes, baseado na observação de que “tudo é como na realidade”, um praticante pode levantar-se e observar que tudo é, na verdade, “como na realidade”, simplesmente porque o praticante ainda está na “realidade”. Através do uso da hiper-concentração, é sempre possível verificar se o praticante está na FASE. No entanto, como regra, a hiper-concentração raramente se faz necessário. Na maioria das vezes, os sinais a seguir, indicam que a separação tenha ocorrido na FASE: sensações incomuns no corpo durante o movimento, rigidez extrema durante o movimento, um forte desejo físico de deitar-se, desarticulação dos arredores, e visão turva ou total ausência da visão.

Muitas vezes, o problema reside no uso de técnicas diretas, onde o praticante espera resultados rápidos e tenta determinar se a FASE foi alcançada. A princípio, isso não deve ser feito. Ao usar técnicas diretas, a FASE manifesta-se claramente, portanto, se uma tentativa para determinar a sua presença for feita, já será um indicador de que a FASE, muito provavelmente, ainda esteja longe.

RETORNO DE EMERGÊNCIA. PARALISIA

As estatísticas mostram que, em um terço das experiências iniciais de FASE, o praticante se depara com um determinado grau de medo, que força um retorno para o corpo. Periodicamente, até mesmo os praticantes experientes, enfrentam situações que exigem um retorno abrupto a vigília. Isso apresenta uma série de preocupações.

O retorno ao corpo acontece quase sempre sem problemas. Lembrar e pensar sobre o corpo, muitas vezes, é o suficiente para que, dentro de instantes, o praticante seja devolvido a ele, a partir de qualquer local na FASE. É aconselhável, durante este tipo de situação, fechar os olhos e abster-se de tocar em qualquer objeto. Como regra geral, quando essas ações são executadas, simplesmente levantar-se no mundo físico é tudo o que é necessário fazer para completar o retorno, no entanto, isso nem sempre é alcançado de forma tão simples.

Às vezes, depois de entrar novamente no corpo, o praticante, de repente, percebe que a funcionalidade física cessou devido ao início da paralisia do sono, ou a sensação de que o corpo tenha sido desligado. Durante a paralisia do sono, é impossível gritar, pedir ajuda, ou até mesmo mover um dedo. Na maioria dos casos, também é impossível abrir os olhos. Do ponto de vista científico, este é um caso de uma interrupção artificial e abrupta do estágio do sono chamado “movimento rápido dos olhos (REM)”, durante o qual, esta paralisia está sempre presente, e pode persistir por algum tempo após a FASE ser interrompida.

Este é o momento em que a coisa fica interessante. Pessoas no mundo físico estão acostumadas a uma regra importante: se você deseja alcançar algo, então deve fazê-lo tão ativamente quanto possível. Essa regra, apesar de boa, nem sempre é aplicável a certas condições relacionadas com a FASE, e aplica-se, menos ainda quando se deseja sair da FASE. Às vezes, um esforço extremo torna possível o rompimento da paralisia do sono e a retomada do movimento, embora a maioria desses esforços tendam a exacerbar a imobilidade.

Devido à natureza incomum de uma situação negativa, após um deliberado retorno ao corpo, induzido pelo medo, a profundidade da FASE pode aumentar consideravelmente, devido à uma propriedade natural do corpo em provocar uma inibição protetora das funções orignadas no córtex cerebral, o que resulta em uma agitação e um medo ainda maior. A paralisia torna-se ainda mais forte. Este é um círculo vicioso que leva a sentimentos e emoções desagradáveis, que pode fazer evaporar qualquer desejo de praticar a FASE.

A ignorância referente aos procedimentos corretos, tem levado à opinião generalizada de que tais situações adversas podem tornar impossível o retorno do estado de FASE. Estas opiniões supõe também que seja perigoso se envolver com a prática. No entanto, a solução para este problema reside em ações e procedimentos muito simples, que podem evitar um grande número de experiências negativas:

Relaxamento completo

Na seção sobre aprofundamento e manutenção, verificou-se que, quanto mais ativo o praticante estiver na FASE, melhor. Por outro lado, se houver menos atividade, a qualidade da FASE irá declinar, permitindo uma fácil saída. Desse modo, para deixar a FASE, o praticante só precisa relaxar completamente e ignorar quaisquer sensações percebidas, ações ou pensamentos. O praticante pode também recitar uma oração, um mantra, ou um poema, uma vez que ajuda a consciência a se distrair da situação mais rapidamente. Periodicamente, o praticante deve tentar mover um dedo, a fim de verificar se as tentativas de relaxamento tiveram efeito.

Concentração em um dedo

O praticante que estiver experimentando a paralisia do sono, deve tentar mover um dedo da mão ou do pé. No começo, isso pode não funcionar, mas o praticante tem que concentrar pensamentos e esforços precisos na ação. Depois de algum tempo, o dedo físico começará a se mover. O problema com esta técnica é que o praticante pode, acidentalmente, começar a fazer movimentos com o dedo fantasma, ao invés de fazê-lo com o físico, razão pela qual, uma compreensão da diferença entre as duas sensações se faz necessário, pois, freqüentemente, não é muito óbvia.

Concentração em movimentos possíveis

A fisiologia da paralisia do sono, o estado de FASE, e os sonhos, estão relacionados de tal forma que, quando o praticante estiver em um desses estados, algumas ações estarão sempre associadas com os movimentos feitos no corpo real. Isto pode ser constatado quando se desloca o globo ocular, a língua, ou ao respirar. Se o praticante concentrar sua atenção sobre esses processos, será possível neutralizar as inibições de movimento físico; como resultado, o praticante que estiver numa paralisia do sono, tornar-se-á capaz de movimentar seu corpo físico.

Reavaliando a situação

Em circunstâncias normais, a saída deliberada da FASE não é uma regra. A saída deliberada é comumente causada por certos medos e preconceitos. Se o praticante não for capaz de ativar o corpo usando outras técnicas de retorno de uma emergência, é recomendado uma cuidadosa consideração sobre as possibilidades oferecidas pela FASE. Há muitas coisas interessantes e úteis que podem ser experimentadas na FASE. Por que arruinar a possibilidade de grandes oportunidades por causa de um medo sem fundamento?

Para ser justo, deve-se enfatizar que as técnicas de saída de emergência nem sempre funcionam. Como regra geral, após um longo período de privação do sono, ou no início ou no meio de uma noite de sono, a vontade de dormir é tão grande, que é difícil resistir ao fenômeno da paralisia do sono. Por isso, reavaliar a situação, é altamente recomendado para que o praticante seja capaz de tirar proveito, ao invés de sofrer com ela. A paralisia do sono é facilmente transformada em um estado de FASE por meio das técnicas indiretas.

A propósito, saber como sair da paralisia do sono é importante, não só para os praticantes da FASE, uma vez que tais paralisias ocorrem, mesmo sem a presença da FASE, para aproximadamente um terço da população humana, pelo menos uma vez na vida. Isso geralmente acontece antes ou depois do sono.

LUTANDO CONTRA O MEDO

O medo na FASE é uma ocorrência muito comum. O praticante pode sentir medo em qualquer estágio da FASE, embora, seja muito mais claramente evidenciado, durante as práticas iniciais. As causas do medo são muito diversificadas: a sensação de que voltar para o corpo é impossível, o medo da morte; preocupar-se que algo de ruim possa acontecer ao corpo, encontrar algo assustador e terrível na FASE; sensações dolorosas; sensações hiper-realistas.

Para um novato atingido pelo medo insuperável que causa paralisia, há apenas um caminho para se obter uma gradual superação. Cada vez que um novato entrar na FASE, deve ser feita uma tentativa para dar um passo mais adiante do que os que foram dados na tentativa anterior. Por exemplo: apesar de sentir medo, o praticante deve tentar levantar as mãos e depois movê-las de volta à posição inicial. Na segunda vez, o praticante deve tentar sentar-se. Pela terceira vez, deve tentar ficar de pé. Na quarta vez, é aconselhado andar na FASE. Então, depois de ter dado passos incrementais e ter experimentado a inocuidade do estado de FASE, podem surgir ações calmas e produtivas.

Fato interessante!

O próprio medo pode ser usado para entrar na FASE e permanecer lá por um longo tempo. Uma vez que os medos tenham sido dissipados, um praticante calmo pode experimentar uma dificuldade crescente para entrar na FASE.

Para o praticante que enfrenta temores periódicos, perceber que não há perigo real, incentiva o progresso na prática. A urgência para um rápido retorno ao corpo passa a não ter fundamento. Mais cedo ou mais tarde, pensamentos mais calmos dominam os eventos na FASE, e o medo passa a acontecer com menos freqüência.

Ao lidar com o medo momentâneo causado por eventos da FASE, a solução mais simples é enfrentá-los de frente e seguir até o fim, para evitar a criação de um precedente negativo para as próximas FASES. Se o praticante sempre fugir dos eventos indesejáveis, eles irão ocorrer com mais freqüência. Se o praticante for incapaz de enfrentar o medo na FASE, o melhor será usar a técnica de translocação e viajar para outro lugar, embora esta solução só produza um alívio temporário.

CRIAÇÃO DA VISÃO

A visão está freqüentemente disponível no início de uma FASE, especialmente quando o praticante utiliza para a entrada, a observação de imagens e as técnicas de visualização. Às vezes, a visão aparece dentro dos primeiros segundos. Outras vezes, ela se manifesta durante o processo de aprofundamento. No entanto, existem casos onde a visão não está disponível, e deve ser criada rapidamente. A visão pode manifestar-se tão logo se pense sobre ela, mas se isso não ocorrer, uma técnica especial se faz necessário.

Para criar a visão, o praticante precisa trazer as mãos para uma distância de 10 a 15 centímetros na frente dos olhos e tentar detectá-las através escuridão ou de uma névoa acinzentada. Examinar agressiva e atentamente os detalhes minuciosos das palmas das mãos fará com que elas apareçam, assim como se estivessem sendo reveladas em um filme Polaroid. Depois de alguns segundos, a visão tornar-se-á clara e, junto com as palmas das mãos, o ambiente também tornar-se-á visível.

Sob nenhuma circunstância as pálpebras físicas devem ser abertas. A visão aparecerá por si própria e não diferirá da realidade, e a sensação física de olhos abertos surgirá. É possível fechar os olhos na FASE, um número infinito de vezes, mesmo sem tê-los aberto fisicamente. Não é necessário a abertura dos olhos físicos para que o correspondente, na FASE, ocorra. As pálpebras físicas podem ser abertas apenas numa FASE muito profunda. Em uma FASE superficial, a abertura dos olhos (físicos) causará um retorno à vigília.

O praticante deve também ter em mente que a visão deve ser criada, apenas após ter sido alcançada uma separação completa do corpo e uma subseqüente translocação. A tentativa de visualização das mãos durante o vôo ou enquanto estiver pairando em um espaço não identificado, pode levar a uma translocação arbitrária.

O CONTATO COM OBJETOS VIVOS

Dois problemas podem vir à tona enquanto se conversa com objetos animados na FASE: o silêncio ou um retorno ao corpo. Levando-se em consideração que muitas das aplicações da FASE são baseadas em contato com pessoas, para uma finalidade ou outra, é necessário entender como gerenciar corretamente o contato com objetos vivos.

Para evitar um retorno espontâneo, as regras elementares de “manutenção” devem ser observadas. Observe ativamente as características faciais ou a roupa de uma pessoa com a qual você deseja se comunicar. Durante a comunicação, o praticante deve constantemente esfregar as mãos ou manter vibrações fortes através do tensionamento do cérebro. Lembre-se de executar as técnicas para evitar tornar-se absorvido pela comunicação.

Um problema mais complexo é a superação da indiferença comunicativa (falta de resposta) dos objetos na FASE. Em muitos casos, o fala de um objeto é bloqueada pelo estresse interno do praticante. Às vezes, o problema decorre de uma expectativa de que um objeto não será capaz de se comunicar na FASE.

É importante tratar os objetos de uma forma calma. Não adianta tentar gritar ou bater no objeto para forçar a comunicação. Pelo contrário, é muito mais eficaz tratar o objeto gentilmente, sem pressão. Não foque sua atenção na boca de um objeto, esperando que vá surgir algum som. É melhor olhar para outro lugar. Ter um interesse passivo na comunicação, em geral, produz os melhores resultados.

Como regra geral, após a primeira vez que a comunicação com um objeto vivo tenha sido bem sucedida, futuras tentativas também terão sucesso.

Os métodos de comunicação na FASE não devem ser diferentes daqueles usados na vida cotidiana: fala, expressões faciais, gestos com as mãos, linguagem corporal. Telepatia não é necessário.

LEITURA

A leitura de texto, na FASE, pode ser acompanhada por uma série de dificuldades. Em primeiro lugar, letras pequenas tornam-se ilegíveis, porque os efeitos da hiper-concentração podem distorcer o texto. Este problema é resolvido lendo-se textos com fontes grandes. Por exemplo: o texto de um livro normal fica borrado quando observado com muita atenção, mas a fonte grande da capa é de fácil leitura, desde que o seu tamanho seja suficiente para uma leitura rápida, sem um exame minucioso.

O segundo problema encontrado durante a leitura, na FASE, se dá quando o texto é legível, mas completamente sem sentido. Este problema é resolvido passando-se as páginas, à procura de uma mensagem legível. Também é possível encontrar outra cópia ou criá-la novamente usando as técnicas para se localizar objetos. O mesmo se aplica aos casos em que o texto é visto como um conjunto de símbolos ou sinais incompreensíveis.

Durante a leitura na FASE, o praticante não deve esquecer da realização das técnicas de “mantenção”, para evitar um retorno espontâneo por ter se tornado demasiadamente relaxado.

VIBRAÇÕES

A FASE é, muitas vezes, acompanhada por uma sensação incomum e inesquecível, que pode ser usada com sucesso para entrar, aprofundar-se ou manter-se. É difícil descrevê-la melhor do que a sensação da passagem de uma forte corrente através do corpo inteiro, sem causar qualquer dor. Elas também podem ser sentidas como se todo o corpo estivesse se contraindo, ou uma sensação de formigamento semelhante à dormência. Na maioria das vezes, as sensações são semelhantes a vibrações de alta freqüência do corpo, o que explica a origem do termo “vibração”.

Se o praticante não tiver certeza de que tenha ou não experimentado vibrações, então existe um bom método para resolver o problema: se ele realmente tiver experimentado, não terá qualquer dúvida sobre isso. Em todos os outros casos, quando há dúvidas, o praticante não está definitivamente lidando com as vibrações, ou está lidando com uma outra forma dela.

Se você experimentou vibrações pelo menos uma vez, a lembrança dessas sensações será de grande ajuda durante a aplicação simultânea de técnicas indiretas. Elas são criadas, mantidas e fortalecidas, através do tensionamento do cérebro, ou pelo enrijecimento do corpo, sem a utilização dos músculos. Para as vibrações aparecerem, muitas vezes, é suficiente apenas pensar nelas. Durante a primeira experiência, deve-se, por um tempo, fazer alguns experimentos: movê-las ao redor do corpo, fortalecê-las e enfraquecê-las.

No entanto, não se deve pensar que a presença de vibrações é uma condição necessária para se estar na FASE. Muitos novatos, freqüentemente, não se esforçam para a FASE, mas para as vibrações, esquecendo-se que as vibrações se seguem à FASE. Há, na verdade, técnicas específicas que tornam possível a entrada na FASE através da criação de vibrações, mas em todos os outros casos, elas não são necessárias, e alguns praticantes podem simplesmente nunca tê-las.

TÉCNICAS PARA A TRANSLOCAÇÃO ATRAVÉS DE OBJETOS

Em uma FASE profunda, as propriedades do ambiente da FASE tornam-se muito semelhantes às do mundo físico. No entanto, algumas vezes pode ser necessário passar através de uma parede ou translocar-se, para evitar uma barreira física na FASE. Há duas opções básicas para se passar por barreiras, como por exemplo, paredes. Normalmente, várias tentativas são necessárias para se dominar essas técnicas.

Fato interessante!

Se o praticante se concentrar nas sensações físicas associadas com a passagem através de uma parede, é possível que ele fique preso. O praticante pode, até mesmo, experimentar a sensação de respiração obstruída, quando isso acontece. Nesse momento é necessário retornar ao corpo.

Penetração rápida desfocada

Correr ou saltar uma parede com um ardente desejo de penetrá-la. Não se concentre na parede, ao invés disso, concentre-se nas imediações. Não tente levar nada do local atual, uma vez que isto pode impedir uma passagem bem sucedida através da parede.

A técnica dos olhos fechados

Ao se aproximar de uma parede, o praticante deve fechar os olhos e concentrar-se completamente no desejo de passar por ela, enquanto imagina que a parede não existe, ou que é transparente e penetrável. A resistência da superfície deve ser vencida, continuando com um desejo agressivo e mantendo a concentração.

VÔO

Voar na FASE, é uma simples questão de se lembrar de sonhos passados de vôo. Nada precisa ser tensionado, nenhuma palavra precisa ser dita. Tentar o vôo com os olhos fechados produz uma alta taxa de sucesso, mas apresenta uma maior probabilidade de se ter uma inadvertida translocação.

Se uma tentativa de vôo não for bem sucedida, o praticante pode tentar saltar de uma altitude elevada ou de uma janela. O instinto natural de vôo no sonho se apresenta, e a queda, torna-se um vôo controlado. No entanto, saltar de janelas ou outras elevações é aconselhável apenas para praticantes com experiência, já que os novatos podem, nem sempre, serem capazes de determinar se eles estão na FASE ou na realidade.

Outra maneira de voar é tentar suspender-se no ar, saltando.

SUPER-HABILIDADES

O realismo do espaço de FASE não impõe limites sobre a capacidade de executar ações que não podem ser executadas no mundo físico. É importante lembrar que, somente a apreensão do praticante coloca limites sobre o que pode ser feito na FASE.

Por exemplo: se o praticante precisa chegar a um local, ainda que muito longe, pode fazê-lo através do teletransporte. Se um objeto precisa ser movido de um lado do quarto para o outro, pode ser movido por telecinese. Um dos principais benefícios da experiência de FASE é a liberdade de ação.

Para se dominar tais habilidades incomuns, apenas algumas FASES precisam ser utilizadas para o desenvolvimento concentrado dos métodos.

Telecinesia

A fim de aprender telecinese (movimentação de objetos através do pensamento), o praticante deve concentrar-se em um objeto, enquanto experimenta uma FASE profunda, e tentar movimentá-lo pensamento sobre o movimento. A única ação necessária é a visualização agressiva do movimento do objeto. Nenhuma ação externa específica é requerida. A habilidade telecinética é inerente a todo ser humano. Se as tentativas não tiverem êxito no início, continue tentando. Em pouco tempo, o efeito do desejo do praticante produzirá resultados. O uso desta habilidade ajuda a incentivar uma experiência boa de FASE, fornecendo uma ferramenta para a realização de tarefas planejadas.

Pirocinese

Para atear fogo a um objeto na FASE apenas olhando para ele, requer um forte desejo de aquecer e atearam fogo ao objeto. Realizado com sucesso, um objeto irá produzir fumaça, distorcer, escurecer e, em seguida, arder em chamas.

Telepatia

Para desenvolver a telepatia na FASE, é necessário examinar minuciosamente objetos animados enquanto escuta sons externos e internos ao redor, com a intenção de ouvir pensamentos. Mesmo praticantes experientes encontram dificuldades durante o desenvolvimento da telepatia, mas quando bem sucedida, o contato com pessoas na FASE se torna substancialmente simplificado. Através da telepatia, torna-se possível discernir os pensamentos de pessoas, animais e objetos na FASE. No entanto, isso não deve ser levado muito a sério, uma vez que, simular o que se espera, é, simplesmente, a natureza da FASE.

Transmutação

A transformação da forma de um objeto requer a técnica da transmutação (consulte o Capítulo 9). Também deve ser observado que, se o objetivo não é converter algo, mas sim transformar a si mesmo, então é necessário utilizar as técnicas de translocação (também descrito no Capítulo 9), em que a atenção tem que estar concentrada, não no lugar desejado, mas na a forma desejada. Aqui, novamente, não há limitações, a não ser as impostas pela coragem e pela fantasia individual. É possível tornar-se uma borboleta ou um dinossauro. É possível tornar-se um pássaro ou um verme. É ainda possível tornar-se uma criança ou uma pessoa do sexo oposto. Essas não são simplesmente mudanças externas, mas transmutações realísticas, por dentro e por fora. Se o praticante transformar-se em uma borboleta, experimentará a sensação de ter asas, muitas pernas, e um corpo fora do comum. O praticante saberá, intuitivamente, como controlar cada parte desse novo corpo. Essa é uma descrição superficial da experiência de transmutação, o que, obviamente, desafia um entendimento habitual da realidade.

A IMPORTÂNCIA DA CONFIANÇA

Um fator crucial no desenvolvimento de habilidades na FASE é a auto-confiança na capacidade de utilizá-las. Inicialmente essas habilidades estão ausentes, porque o cérebro humano, em sintonia com a normalidade, bloqueia a capacidade de fazer qualquer coisa fora do comum. Assim que uma forte confiança é alcançada no desempenho das habilidades da FASE, todo o resto torna-se fácil de alcançar.

Embora a confiança nas habilidades da FASE possam crescer fortemente, os praticantes devem permanecer profundamente conscientes de que tais habilidades estão limitadas à FASE. Tentar telecinese, pirocinese, ou transmutação no mundo real é um desperdício de tempo e energia.

CONTROLE DA DOR

Juntamente com todas as experiências positivas e sensações que possam ser desfrutadas na FASE, experiências de natureza dolorosa também podem ocorrer. Golpear uma parede em um estado profundo de FASE, fará com que o praticante sinta a mesma dor que sentiria se tivesse atingido uma parede na realidade física.

Algumas ações na FASE podem, inevitavelmente, provocar sentimentos desagradáveis de dor e, portanto, é necessário saber como evitar ações desse tipo. Desenvolver uma confiança interna de que a dor não vai resultar de uma ação (na FASE), aliviará o problema. O praticante pode superar esse tipo de problema, realizando a seguinte experiência: esmurre uma parede (na FASE) e se dê conta de que não há dor. Se a experiência for bem sucedida, então, obter o mesmo resultado, nunca vai voltar a exigir o mesmo nível de esforço; será suficiente pensar que a FASE é indolor.

PADRÕES MORAIS NA FASE

Desde o início, deve-se compreender que: a bússola moral do espaço de FASE, não tem nada em comum com as propriedades e as leis do mundo físico que controlam a realidade. O espaço de FASE, aparentemente imita o mundo físico com todas as suas propriedades e funções, só porque estamos acostumados a percebê-lo e não esperamos outra coisa. Princípios morais e regras, se aplicam apenas para o lugar onde eles foram criados. Não faz sentido seguir as mesmas regras na FASE.

O praticante não deve abster-se de certas ações na FASE por serem inaceitáveis, inadequadas, ou ruins no mundo real. Estes são apenas padrões de comportamento que são infundados no mundo da FASE, onde tudo funciona com base em leis completamente diferentes.

As únicas regras morais que poderão existir na FASE, são aquelas que o praticante estabelecer. Se assim o desejar, pode ser experimentada liberdade total, sem obstáculos.

ESTUDANDO POSSIBILIDADES E SENSAÇÕES

Os praticantes novatos não devem imediatamente correr atrás de um objetivo único e específico, se o desejado for a prática a longo prazo. É melhor investigar exaustivamente a FASE e seus arredores, antes de se concentrar na realização de objetivos únicos e específicos. Isto irá construir intimidade com a experiência e permitir a entrada livre e interação com a FASE.

Como na realidade, aprender o que primeiro se revela, é a chave para o aumento e especialização do conhecimento. O praticante deve começar, desfrutando o simples fato de estar na FASE, e então, aprender seus detalhes e funções. Uma vez dentro da FASE, o praticante deve explorá-la, examinando e interagindo com tudo o que encontrar.

Ele também deve tentar aguçar totalmente todos os sentimentos possíveis na FASE, a fim de entender completamente como a FASE é incomum em seu realismo. O praticante deve experimentar movimentos: andar, correr, saltar, voar, cair, nadar. Testar as sensações de dor, ao dar um soco numa parede. A maneira mais simples de experimentar sensações gustativas, é ir até a geladeira e tentar comer tudo o que encontrar lá, ao mesmo tempo, não esquecendo de cheirar cada item. Atravessar paredes, translocar, criar e manipular objetos. Explore! Todas essas ações são muito interessantes em si mesmas. As possibilidades são realmente infinitas. No entanto, apenas quando as possibilidades forem bem compreendidas e bem exploradas, pode-se dizer que o praticante sabe realmente o que é a FASE.