Translocação e localização de objetos

A ESSÊNCIA DA TRANSLOCAÇÃO

E DA LOCALIZAÇÃO DE OBJETOS

Como na realidade cotidiana, o espaço da FASE não pode ser usado para certos fins; se não se sabe como se mover ao redor dele e como encontrar as coisas necessárias. Em um estado de vigília, é mais ou menos conhecido onde algo está localizado e como alcançá-lo. Na FASE, os mesmos pressupostos não se aplicam, pois os mecanismos funcionam baseados em princípios diferentes.

A razão para abordar a translocação e a localização de objetos no mesmo capítulo, se deve ao fato de que ambas as técnicas contam com a mesma mecânica, o que torna possível a existência dessas técnicas. Em outras palavras, os mesmos métodos, com poucas exceções, podem ser aplicados tanto para a translocação quanto para a localização de objetos.

Depois de estudar as técnicas descritas neste capítulo, o praticante será capaz de ir a qualquer local da FASE e localizar algum objeto. As únicas limitações que existem são as da imaginação e do desejo. Se forem ilimitadas, ilimitadas também serão as possibilidades.

Em relação à translocação, a atenção não deve ser focada em métodos para se deslocar para espaços próximos. Por exemplo: o praticante pode simplesmente entrar em uma sala adjacente, ou ir para a rua através do corredor ou através da janela. Estas são ações fáceis e naturais. O praticante deve concentrar a atenção em mover-se para destinos remotos, que não possam ser rapidamente alcançados por meios físicos.

É importante mencionar os procedimentos de segurança, necessários para a translocação. Às vezes, devido à falta de experiência, o praticante pode confundir a FASE com a realidade, e vice-versa. Confundir a FASE com a realidade não implica em nenhum perigo, uma vez que o praticante simplesmente acredita que uma tentativa de entrada não teve sucesso. No entanto, se a realidade for confundida com a FASE, o praticante poderá desempenhar tarefas perigosas, que podem até mesmo causar risco para sua própria vida. Por exemplo: depois de sair da cama em um estado de vigília, pensando que tudo está acontecendo na FASE, um novato pode se aproximar de uma janela e saltar para fora dela, esperando voar, como é habitual na FASE. Por essa razão, atalhos para o vôo só devem ser tomados, depois de se ganhar um nível de experiência que torna possível distinguir a FASE de forma inequívoca, a partir de um estado de vigília.

Se ocorrer uma falha quando se pratica técnicas de translocação (por exemplo: a aterrissagem num lugar errado), o praticante deve simplesmente repetir a técnica, até que o resultado desejado seja obtido. De qualquer maneira, a formação inicial é uma obrigação, a fim de tornar tudo mais fácil para você no futuro.

As técnicas utilizadas para se localizar objetos, tanto podem ser aplicadas para objetos inanimados, quanto para animados. Em outras palavras, estas técnicas são igualmente eficazes para se localizar uma pessoa ou um utensílio. No entanto, existem várias técnicas que são adequadas apenas para a localização de objetos vivos.

PROPRIEDADE BÁSICA DO ESPAÇO DE FASE

Todos os métodos utilizados para controlar o espaço de FASE, partem de um princípio básico: o grau de mutabilidade do espaço da FASE é inversamente proporcional à profundidade da FASE e à estabilidade de seus objetos. Ou seja, quanto mais profunda, mais estável a FASE se torna. Torna-se mais difícil executar algo incomum nela, porque, em uma FASE profunda e estável, as leis que a regem, se assemelham com as que regem o mundo físico.

Todos as técnicas utilizadas para a translocação e para a localização de objetos, são baseadas no conhecimento de métodos que ignoram esse princípio. O segredo reside no fato de que não só a profundidade da FASE afetar sua controlabilidade, mas o mesmo acontece com a estabilidade, que, por sua vez, depende enormemente do número de sensações experimentadas. As técnicas de translocação e localização de objetos são usadas, quando essas sensações experimentadas são enfraquecidas através de determinadas ações.

Em outras palavras, se o praticante encontra-se na FASE, pega um lápis vermelho e examina-o, as percepções táteis e visuais estão envolvidas, e quanto agita o objeto de forma intensa, ele passa a existir em sua forma completa. No entanto, assim que os olhos forem fechados, a estabilidade da imagem do lápis enfraquece. Nesta situação, será o suficiente o praticante após suficiente treino concentrar-se em acreditar que o lápis é azul-escuro, para que ele apareça azul-escuro depois que os olhos forem abertos. Este fenômeno ocorre porque a cor do lápis não é determinada por áreas de percepção do cérebro e, portanto, é possível alterá-la.

Se um lápis vermelho for colocado sobre uma mesa e os olhos do praticante forem fechados, e houver a concentração em um pensamento de que o lápis não esteja mais na mesa, após os olhos terem sido abertos, o praticante descobrirá que o lápis terá desaparecido. Em essência, quando o lápis está sobre a mesa e os olhos do praticante estão fechados, e o lápis não está mais sendo segurado, nenhuma percepção está sendo investida nele, então o praticante pode excluí-lo, através do uso da auto-sugestão.

Usando certos métodos relacionadas à técnica, o praticante pode fazer com que a estabilidade do estado de FASE permaneça em fluxo, utilizando técnicas que melhor se adequem à sua personalidade.

TÉCNICAS PARA A TRANSLOCAÇÃO

Translocação através de teletransporte

Esta é uma das técnicas mais simples e mais acessíveis, que os novatos devem usar imediatamente. Para aplicá-la, feche os olhos (se a visão estiver presente), e concentre sua atenção em um pensamento sobre a forma ou a imagem de um local em outro lugar na FASE. Neste momento, haverá uma sensação de vôo rápido e, dentro de 2 a 10 segundos, o destino será alcançado.

O sucesso desta técnica depende de uma forte concentração em um único objetivo: o local desejado. A prática deve ser realizada de forma muito clara, confiante, agressiva, e sem distrações. Quaisquer pensamentos diferentes poderão ter uma influência negativa sobre o desempenho desta técnica. Eles poderão prolongar desnecessariamente o vôo, causar um retorno espontâneo ou resultar na chegada em um local indesejado.

Translocação através de uma porta

Para utilizar esta técnica, aproxime-se de qualquer porta com a forte crença de que ela o levará para o local desejado. Após abrir a porta, o praticante será capaz de entrar no destino desejado. Se a porta estiver aberta, ela deve ser completamente fechada antes da técnica ser aplicada.

A desvantagem desta técnica é que sua prática requer sempre a existência de uma porta. Se não houver nenhuma porta, os usuários desta técnica de translocação devem criar um objeto, usando uma técnica de localização.

Translocação através do teletransporte com os olhos abertos

Esta técnica é difícil porque requer um espaço de FASE instável, causado por um forte desejo de translocar para outro local. Durante o teletransporte, realizado através da técnica do teletransporte com os olhos fechados, o praticante se desliga de sua localização atual. Considerando que, durante o teletransporte por vôo com os olhos fechados, o praticante desliga-se da localização atual, este não é o caso aqui. Portanto, esta técnica deve ser utilizada apenas por praticantes experientes, que estão confiantes de que serão capazes de permanecer na FASE.

No tocante à aplicação desta técnica, o praticante precisa parar e se concentrar na idéia de que ele já está presente no local desejado. É importante não olhar ou tocar em nada durante o pensamento. O espaço circundante escurecerá, ficará borrado, e depois desaparecerá, e então, o local pretendido irá gradualmente começar a aparecer. A rapidez da metamorfose do espaço, depende do grau de vontade de chegar ao requerido local.

Se a concentração for fraca ou a FASE tiver pouca profundidade, depois do espaço desestabilizar-se, poderá não ser restaurado, podendo também ocorrer um retorno ao estado de vigília.

Translocação com os olhos fechados

Esta é uma das técnicas mais fáceis. Para usar esta técnica, o praticante precisa simplesmente fechar os olhos e ter um intenso desejo de que, quando os olhos forem abertos, o local pretendido terá sido alcançado. Visando aumentar consideravelmente a eficácia desta técnica, será útil imaginar, no momento em que você fechar os olhos, que você já tenha atingido o local desejado. A translocação deve ocorrer em seguida, e tem que acontecer sem as sensações de vôo que ocorrem durante a translocação através do teletransporte com os olhos fechados.

Translocação através da concentração em um objeto remoto

Para executar esta técnica, o praticante deve proceder um exame visual minucioso em um pequeno detalhe do local desejado. Quanto maior for a intenção de ver os detalhes de um objeto, mais rápido será a chegada no local onde ele se encontra.

A desvantagem desta técnica é que este tipo de translocação, só é possível para os lugares que já são visíveis à partir de uma grande distância.

Translocação durante a separação

A maneira mais simples para realizar translocação é fazê-la, enquanto se procede a separação do corpo. O emprego desta técnica é extremamente simples e muito conveniente. Pode ser combinada com quase qualquer técnica de separação e é realizada focando-se na imagem e nas sensações de um local desejado, durante os estágios iniciais da saída do corpo. É ainda melhor imaginar que, após ocorrer a entrada na FASE, a separação será concluída em um local escolhido.

Fato interessante!

Após uma mudança de residência, o praticante poderá continuar por algum tempo a separar-se do corpo, na mesma casa onde ele estava acostumado a fazê-lo anteriormente.

Uma desvantagem desta técnica é que a separação ocorre apenas no início da experiência de FASE e, portanto, só pode ser usada uma vez. Outras opções devem ser consideradas após a primeira translocação.

Translocação pela passagem através de uma parede

Esta técnica é realizada andando ou voando através de uma parede com os olhos fechados e uma firme convicção de que o local desejado está localizado atrás da parede. A barreira não precisa ser necessariamente uma parede. Pode ser qualquer objeto não transparente, através do qual o praticante pode caminhar ou voar: um biombo, um guarda-roupa, e assim por diante.

A principal desvantagem desta técnica é a necessidade de competências adequadas para penetrar através de objetos sólidos da FASE. Outra condição necessária para a aplicação desta técnica é a presença de barreiras.

Translocação através do mergulho

Esta técnica é idêntica à que passa através das paredes, com a única diferença que, ao invés de uma parede, que pode não estar sempre disponível, o praticante irá utilizar o chão. O praticante deve mergulhar de cabeça, com os olhos fechados, e ter total confiança de que o local requerido estará debaixo da superfície sólida. A capacidade de atravessar objetos sólidos também é necessária.

Um praticante pode mergulhar no chão, e também em qualquer superfície plana horizontal: uma mesa, uma cadeira, uma cama, e assim por diante.

Translocação através da rotação

Para aplicar esta técnica, o praticante na FASE começará a girar em um eixo, e, ao mesmo tempo concentrar-se na crença de que o local desejado será alcançado quando a rotação for finalizada. Os olhos devem estar fechados durante a rotação, ou a visão não deve ser focada em nada em particular. Como regra geral, de 2 a 5 revoluções em um eixo, são suficientes. Mais uma vez, tudo depende da capacidade de concentrar-se totalmente em um objetivo desejado, sem nenhuma distração.

TÉCNICAS PARA A LOCALIZAÇÃO DE OBJETOS

Técnica de translocação

Todas as técnicas de translocação são também aplicáveis às técnicas de localização de um objeto, pois o uso de ambas exige a alteração do espaço. Ao invés de concentrar-se em um local, o praticante deve focar-se nos detalhes específicos de um espaço que deverá ser encontrado ou alterado. Como resultado, encontrar o objeto desejado (desde que esta técnica tenha sido dominada) é garantido, mas manter o local original onde a ação começou, não é garantido.

Se o objetivo for encontrar um objeto, permanecendo no local atual, use as técnicas especializadas descritas mais a frente: as técnicas que mudam apenas uma parte do espaço da FASE.

Localizar chamando pelo nome

Esta técnica é usada apenas para localizar objetos vivos. O praticante deve chamar uma pessoa ou um animal pelo nome, para fazer com que o objeto vivo entre ou apareça nas proximidades. A chamada deve ser alta, quase um grito, caso contrário, não irá funcionar sempre. Geralmente, é suficiente pronunciar um nome várias vezes para alcançar resultados.

Se o objeto animado desejado não tiver um nome ou o praticante não o souber, então qualquer nome ou convocação geral poderá ser feita, como: “Venha aqui!”. Isso deve ser feito enquanto se focaliza mentalmente uma imagem clara da pessoa ou animal desejado.

Localizar um objeto perguntando por ele

Para executar esta técnica, aborde qualquer pessoa na FASE e pergunte onde você pode encontrar rapidamente o objeto desejado. Uma resposta precisa é geralmente dada de imediato, e deve ser seguida. No entanto, para evitar o desperdício de tempo, não se esqueça de mencionar que o objeto deve ser encontrado “rapidamente”, ou especificar que o objeto deve estar “próximo”. Durante essa comunicação, sob nenhuma circunstância deve haver dúvida sobre a precisão das informações, pois, caso contrário, poderá levar a uma simulação do que é esperado.

A desvantagem desta técnica é que ela requer a presença de uma pessoa animada e boa habilidade em se comunicar com objetos na FASE, o que pode ser difícil.

Encontrar dando meia volta

Para utilizar esta técnica, o praticante deve concentrar-se e imaginar que o objeto desejado estará localizado em algum lugar nas suas costas, e depois, ao dar meia volta, ele realmente estará lá, mesmo que não estivesse no momento anterior. Isto funciona melhor se o praticante, antes de dar meia volta, não tenha previamente visto o lugar onde o objeto deverá aparecer.

Encontrar em uma esquina

Ao aproximar-se de qualquer esquina, se concentre e imagine que o objeto requerido será visualizado ao virar a esquina. Então, depois de virar a esquina, o objeto será encontrado. Qualquer coisa que limite a visibilidade do espaço pode ser considerado como uma esquina. Não tem que ser o canto de uma casa ou outro tipo de edifício, pode ser o canto de um armário, de um caminhão, etc.

A desvantagem desta técnica é que ela requer a disponibilidade de uma esquina, suficientemente grande, que bloqueie a visão de qualquer coisa do outro lado.

Encontrar na mão

Esta técnica é, em essência, apenas aplicável para localizar objetos que podem caber ou ser segurado pela mão. Para executar esta técnica, concentre-se na idéia de que o objeto já está em sua mão. Naquele momento, o praticante não deve olhar para sua mão. Logo depois de começar a concentrar-se nesta idéia, o praticante irá, em primeiro lugar, sentir uma ligeira sensação de que o objeto está em sua mão, seguido por uma sensação plena e pela aparição do objeto desejado.

Localização por transmutação

Esta técnica distorce o espaço de FASE, porém não desconecta completamente sua percepção. O praticante deve dar uma atenção forte para o pensamento de que o objeto desejado aparecerá em um local desejado. Deve haver confiança suficiente de que os desejos do praticante serão realizados. Neste momento, o processo de metamorfose começará: o espaço irá se distorcer e se enfraquecer, e o objeto desejado começará a se manifestar. Após isso, o brilho e o foco serão restaurados com as alterações necessárias, se fazendo presentes no espaço da FASE.

Esta técnica é relativamente difícil de ser executada, em comparação com as outras, e, portanto, é melhor usá-la somente depois que um alto nível de experiência for alcançado, pois é difícil manter-se na FASE durante qualquer processo metamórfico.

Como fica evidente no nome desta técnica, ela pode ser usada para localizar objetos e também criar novos objetos a partir de objetos encontrados.