Técnicas Indiretas

UMA DESCRIÇÃO SIMPLIFICADA DOS MÉTODOS MAIS FÁCEIS

PARA A ENTRADA NA FASE USANDO TÉCNICAS INDIRETAS

Ao despertar, sem se mover ou abrir os olhos, imediatamente tentar a separação de seu corpo. A tentativa de separação deve ser realizada sem qualquer imaginação, mas sim com o desejo de fazer um verdadeiro movimento sem forçar os músculos (rolamento, levitação, levantar-se, etc).

Se a separação não ocorrer dentro de 3 a 5 segundos, tente imediatamente alternar várias das técnicas mais eficazes por 3 a 5 segundos cada. Quando uma das técnicas funcionar, continuá-la por um período mais longo de tempo:

– Observando as imagens: Tente analisar e discernir as imagens que surgirem diante dos olhos fechados.

– Audição interna: Tente ouvir sons no interior da cabeça e torná-los mais alto, prestando atenção ou reforçando a vontade;

– Rotação: Imagine-se girando em torno do eixo que vai da cabeça aos pés;

– Movimento Fantasma: Tente mover uma parte do corpo sem utilizar os músculos, e tente aumentar a amplitude do movimento;

– Tensionando o cérebro: Tente tensionar o cérebro, o que levará a vibrações que podem também ser intensificadas pelo próprio tensionamento do cérebro.

Tão logo uma técnica comece claramente a funcionar, continue com ela enquanto o progresso for aparente, e depois, tente a separação. Se a separação não ocorrer, volte para a técnica que estava funcionando.

Não desista de alternar através das técnicas até que um minuto tenha se passado, mas não continue por mais que dois minutos. A separação do corpo deve ser tentada periodicamente, especialmente se ocorrerem sensações interessantes.

O CONCEITO DE TÉCNICAS INDIRETAS

A prática genuína de entrada na FASE é iniciada de forma mais eficiente, quando são utilizados os métodos mais fáceis e mais acessíveis: as técnicas indiretas; que são ações conscientes realizadas ao despertar do sono. Alguns críticos supõem incorretamente que as técnicas indiretas não são ideais, e preferem começar com técnicas diretas. No entanto, isso não dá nenhuma garantia de sucesso e resulta em um grande desperdício de tempo e esforço. Iniciar a prática utilizando técnicas indiretas, aumenta consideravelmente a possibilidade de entrada na FASE.

Uma técnica específica, que se adapte a todos os praticantes, é um mito, já que os indivíduos diferem muito em personalidade, psicologia e velocidade de aprendizagem. No entanto, existe um procedimento, ou uma seqüência de ações relativamente fácil, que considera as características de cada pessoa, e se constitui na maneira mais racional e eficaz para se atingir as entradas iniciais na FASE. Esta seqüência de ações compreende a prática cíclica das técnicas indiretas referidas neste capítulo. Essas técnicas, apesar de seus vários graus de dificuldade, são adequadas a todos os praticantes que deseje experimentar a FASE.

Podem ser esperados resultados, imediatamente após as primeiras tentativas, no entanto, para alcançar resultados mensuráveis, devem ser feitas, em média, cinco tentativas por dia. Fazer mais de 5 tentativas ao longo de um dia, também é bom. Não há dificuldade em entender como as técnicas devem ser executadas, uma vez que estão claramente definidas, e têm como base, processos internos reais. Devido à prática correta das técnicas indiretas, mais da metade dos alunos da Escola de Viagens Fora do Corpo, conseguem entrar na FASE depois de apenas dois dias.

Fato interessante!

Muitos praticantes experientes preferem ignorar o esforço associado com as técnicas diretas e aprimoram suas habilidades através do uso exclusivo das técnicas indiretas.

A fim de assegurar que os esforços sejam mais frutíferos, vamos examinar cada etapa e princípio por trás das ações. Vamos começar a partir de uma descrição das técnicas em si, que se aplicam, tanto às técnicas diretas, quanto às indiretas. Elas se diferem apenas em característica e tempo de aplicação.

Depois de praticar todas as técnicas indiretas apresentadas neste capítulo, o praticante deverá ser capaz de escolher três ou quatro dentre as mais simples e eficazes.

As técnicas de separação serão examinadas mais tarde. Elas são completamente diferentes das técnicas usuais, que só levam o praticante até a FASE, mas não necessariamente à separação do corpo. Depois do emprego dessas técnicas, também é necessário saber como fazer parar a percepção do corpo físico.

É necessário entender qual é o momento certo para empregar essas técnicas, e a importância de despertar do sono, sem abrir os olhos e sem mover o corpo. A tentativa de entrar na FASE imediatamente após o despertar, deve ser aprendida e praticada a ponto de se ter o domínio, uma vez que, constitui a principal barreira para uma prática bem sucedida.

Depois de examinar as informações relacionadas com as técnicas indiretas, serão examinados seus ciclos, incluindo o que são, como funcionam, e como podem ser mais bem utilizados. O sucesso da entrada na FASE é o resultado direto da realização destes ciclos. No entanto, existem exceções, e não é totalmente necessário prosseguir com estes ciclos, se a própria mente do praticante, de alguma forma, sugerir exatamente a partir de onde se deve começar; o que também será examinado separadamente.

TÉCNICAS INDIRETAS PRIMÁRIAS

Atenção! As técnicas descritas abaixo são os componentes básicos dos ciclos de técnicas indiretas. Implementar apenas o que é descrito em cada técnica, está longe de ser eficaz. Da lista abaixo, é necessário que o praticante escolha as técnicas mais compreensíveis e interessantes, e então, estude e aplique ativamente suas instruções de utilização.

OBSERVAÇÃO DE IMAGENS

Testando a Eficácia Individual

Imediatamente após ter despertado de um sono, permaneça imóvel e com os olhos fechados. Olhe para o espaço vazio que existe entre os olhos e a parte de trás das pálpebras por 3 a 5 segundos, e tente localizar fotografias reconhecíveis, imagens ou símbolos. Se nada aparecer durante este tempo, a técnica deverá ser substituída. Se alguma coisa aparecer, continue a observar as imagens. Rapidamente as imagens tornar-se-ão cada vez mais realistas, absorvendo o praticante. Em nenhuma hipótese deverá ser observada apenas uma parte específica de uma imagem, caso contrário, a imagem poderá sofrer uma mudança ou desaparecer. A imagem deverá ser observada de forma panorâmica. Observe as imagens, enquanto a qualidade e o realismo estiverem aumentando. Procedendo desta forma, serão possíveis dois resultados: o praticante tornar-se-á parte da imagem, e alcançará a FASE, ou a imagem tornar-se-á absolutamente realista, possibilitando a separação do corpo.

Treinamento

Para treinar o uso desta técnica, deite-se no escuro, mantenha os olhos fechados, e observe o espaço vazio que existe entre os olhos e a parte de trás das pálpebras. Identifique eventuais imagens específicas que possam surgir, começando por pontos sem sentido, e gradualmente procedendo à transição para fotos inteiras, cenas ou cenários. Um erro comum, cometido durante a prática desta técnica, ocorre quando o praticante, de forma agressiva, tenta forçar o aparecimento de imagens, ao invés de observar passivamente o que é naturalmente apresentado.

MOVIMENTO FANTASMA

Testando a Eficácia Individual

Imediatamente após ter despertado de um sono, permaneça imóvel e com os olhos fechados. Tente mover uma parte do corpo por 3 a 5 segundos, mas sem utilizar nenhum músculo. Se nada acontecer durante este período de tempo, tente uma técnica diferente. Se ocorrer uma sensação, por menor que seja, de que alguma parte do corpo esteja se movendo, continue a empregar a técnica, esforçando-se para aumentar a amplitude do movimento, tanto quanto for possível. Esta técnica deve ser realizada de forma muito agressiva. Tão logo a amplitude de movimento se aproxime ou exceda 10 centímetros, o que pode levar apenas alguns segundos, poderão surgir as seguintes situações: o praticante encontrar-se, de alguma forma, na FASE, ou parte do corpo começar a se mover livremente. A ocorrência de movimentos durante a prática dessa técnica, permite ao praticante a transição para uma técnica de separação e uma subseqüente tentativa de deixar o corpo.

Ao praticar a técnica do movimento fantasma, poderão ocorrer fortes vibrações, momento no qual, deverá ser tentada a separação. Sons também poderão surgir, oportunidade em que se deverá praticar a técnica da audição interna.

A técnica do movimento fantasma não se destina a produzir um movimento imaginário sobre alguma parte fantasma do corpo. O objetivo da técnica é a tentativa de se produzir um movimento real de uma parte do corpo físico, sem a utilização dos músculos, ou seja, o foco deve estar em uma intenção interna de realizar um movimento, sem que haja uma ação física. Quando ocorrem sensações, elas diferem pouco da sua contrapartida real, e, muitas vezes, são acompanhadas de peso e resistência. Geralmente, há pouco movimento no início, mas, com esforço concentrado, a amplitude pode aumentar consideravelmente.

Não importa qual parte do corpo seja utilizada para exercitar a técnica do movimento fantasma. Pode ser o corpo inteiro ou apenas um dedo. Nem é importante a velocidade do movimento. O objetivo da técnica é aumentar a amplitude do movimento percebido.

Treinamento

Para treinar a técnica do movimento fantasma, deite-se, feche os olhos e relaxe a mão e o antebraço por alguns minutos. Sem mover nenhum músculo, tente, por 2 a 3 minutos cada, fazer os seguintes movimentos: para cima e para baixo, para esquerda e para direita, fazer rotação, estender e contrair os dedos, abrir e fechar o punho. Inicialmente, nenhuma sensação irá ocorrer. Gradualmente, a sensação de ação muscular se tornará tão evidente, que o movimento percebido será indistinguível do movimento real. Durante as primeiras tentativas de treino, os praticantes, freqüentemente, tentam abrir os olhos para ver se o movimento real está ocorrendo. Isso mostra o quão real a sensação parece.

AUDIÇÃO INTERNA

Testando a Eficácia Individual

Imediatamente após ter despertado de um sono, permaneça imóvel e com os olhos fechados. Tente ouvir um barulho (um ruído) proveniente do interior de sua cabeça. Faça isso por 3 a 5 segundos, sem se mover e sem abrir os olhos. Se não acontecer nada durante este período de tempo, mude para outra técnica. Se algum som similar a um zumbido, assobio, tilintar, ou mesmo um som melodioso ocorrer, preste atenção ativamente. O resultado é que o som irá aumentar em volume. Ouça atentamente enquanto haja algum dinamismo no volume do som. Quando o som parar ou torna-se alto o suficiente, uma técnica de separação poderá ser tentada. Às vezes, o próprio barulho lança o praticante para dentro da FASE. Em um certo estágio, os sons poderão tornar-se extremamente altos e, inclusive, já foram descritos como semelhantes ao rugido de um motor a jato.

A ação de ouvir os sons internos consiste em explorar um som com atenção, toda a sua tonalidade e amplitude, e como ele reage ao ouvinte.

Treinamento

Para praticar audição interna, deite em um lugar silencioso, mantenha os olhos fechados, e ouça os sons originados no interior de sua cabeça. Estas tentativas são geralmente coroadas com sucesso após alguns minutos, e se começa a ouvir aqueles barulhos que todo mundo tem dentro de si. O praticante tem que saber como entrar em sintonia com ele. 

ROTAÇÃO

Testando a Eficácia Individual

Imediatamente após ter despertado de um sono, permaneça imóvel e com os olhos fechados. Imagine que o corpo físico esteja rotacionando (girando) em torno de um eixo, por 5 a 10 segundos. Se não ocorrer sensações incomuns, tente outra técnica. Se vibrações ocorrerem durante a rotação, ou o movimento, de repente, parecer real, continue com a técnica, enquanto houver progresso no desenvolvimento da sensação. Há vários resultados possíveis quando a rotação é praticada. A rotação imaginária poderá ser substituída por uma sensação muito real de girar ao longo de um eixo. Se isso ocorrer, o praticante poderá facilmente deixar o corpo. O outro resultado poderá ser a presença repentina de fortes vibrações ou sons altos, tornando-se possível a separação do corpo. Durante a rotação, é sabido que a separação pode ocorrer espontaneamente, proporcionando ao praticante a entrada na FASE.

Treinamento

Para praticar a rotação, deite-se, mantenha os olhos fechados e, durante vários minutos, imagine que esteja girando em torno de um eixo que vai da cabeça aos pés. Não é necessário concentrar a atenção sobre os efeitos visuais de rotação ou pequenas sensações no corpo. O fator-chave é a sensação vestibular (sensação de desequilíbrio) que surge da rotação interna. Como regra geral, muitos praticantes encontram dificuldades para realizar a rotação completa. Enquanto uma pessoa poderá estar limitada a 90 graus de movimento, outra poderá girar até 180 graus. Com a prática correta e consistente, poderá ocorrer uma rotação completa (360 graus).

ADORMECIMENTO FORÇADO

Testando a Eficácia Individual

Imediatamente após ter despertado de um sono, permaneça imóvel e com os olhos fechados. Imagine um rápido adormecimento compulsório por 5 a 10 segundos, e depois retorne à vigília, seguido por uma tentativa agressiva de se separar do corpo físico. Geralmente, após a realização desta técnica, o praticante rapidamente transiciona entre diferentes estados mentais. Fortes vibrações freqüentemente ocorrem quando se emerge deste “pseudo-sono”, momento em que a probabilidade de separação do corpo é maior, acompanhado da oportunidade de praticar outras técnicas. Resista ao adormecimento completo durante este exercício.

Em essência, o adormecimento forçado é um truque aplicado na mente, projetado para tirar vantagem de respostas reflexas do cérebro a ações que, imediatamente, induzem a estados de semiconsciência, que, por sua vez, permitem fácil entrada na FASE. O emprego desta técnica é especialmente efetivo quando ocorre um despertar extremamente alerta, ou quando foi feito algum movimento não intencional ao despertar.

O adormecimento forçado é bastante simples. Ele exige uma cessação do diálogo interno, o deslocamento do foco mental para longe de estímulos externos, e um forte desejo de uma rápida reentrada no estado de sono, seguido de uma rápida volta à vigília após alguns segundos. Para compreender melhor este processo, o praticante deve se lembrar do que normalmente faz para adormecer, ou então, o que faz para adormecer quando se encontra fisicamente exausto e/ou após um longo período de privação do sono.

Um erro comum na prática, ocorre quando as pessoas adormecem depois de tentar a técnica, esquecendo-se do necessário desejo de retornar rapidamente à vigília.

TÉCNICAS INDIRETAS SECUNDÁRIAS

TENSIONAMENTO DO CÉREBRO

Testando a Eficácia Individual

Imediatamente após ter despertado de um sono, permaneça imóvel e com os olhos fechados. Tensionar (espremer, comprimir, contrair, apertar) de 2 a 3 vezes o cérebro. Se nada acontecer, tente outra técnica. Se ocorrerem vibrações durante este exercício, tente movê-las por todo o corpo e amplificá-las através do contínuo tensionamento do cérebro. Quanto mais forte forem as vibrações, maior será a probabilidade de sucesso quando for aplicada uma técnica de separação. Poderá ocorrer uma separação espontânea. Enquanto estiver tensionando o cérebro, o praticante poderá experimentar os sons necessários à transição para a técnica da audição interna.

As vibrações que podem surgir, a partir do tensionamento do cérebro, são muito marcantes. Se houver qualquer dúvida quanto à existência das vibrações, então, provavelmente, o praticante não as experimentou. As vibrações podem ser descritas como uma corrente elétrica intensa e indolor que se desloca através do corpo. Às vezes é experimentada a sensação de um total entorpecimento do corpo.

Treinamento

Para a prática do tensionamento do cérebro, deite-se, mantenha os olhos fechados, e tente aplicar tensão sobre o cérebro (espremer, comprimir, contrair, apertar). Não pense sobre o fato de que seja impossível tensionar ou espremer o cérebro. O tensionamento deverá ser espasmódico e rítmico. Os praticantes poderão tensionar o cérebro inteiro ou apenas partes específicas dele. Durante o processo, uma sensação de pressão ou tensão poderá surgir no cérebro. Para 95% dos praticantes, esta tensão geralmente ocorre dentro dos primeiros minutos de exercício. Esta técnica deve ser gravada na memória durante o treinamento, para que possa ser imediatamente lembrada e praticada ao se despertar de um sono.

Os praticantes, muitas vezes, cometem o erro de tensionar involuntariamente os músculos faciais e do pescoço, ao invés de tensionar o interior de suas cabeças. Este erro deve ser evitado a todo custo, sob pena de se tornar um hábito que frustrará a prática genuína.

TENSIONAMENTO DO CORPO SEM USAR OS MÚSCULOS

Testando a Eficácia Individual

Esta técnica envolve o tensionamento de todo o corpo e difere pouco da técnica de tensionamento do cérebro. Ao despertar do sono, fazer de 1 a 3 tentativas de tensionar todo o corpo, abstendo-se de flexionar qualquer músculo físico. Se nada acontecer, tente outra técnica. Como resultado, poderão ocorrer vibrações, e, ampliando-as, através do tensionamento do corpo, sem usar os músculos, tornar-se-á possível a indução de uma separação. Quando as vibrações se tornarem fortes o suficiente, tente uma técnica de separação. Poderão surgir sons durante a vibração, o que permitirá a utilização da técnica de audição interna e subseqüente entrada na FASE.

Treinamento

Deite-se, mantenha os olhos fechados e tente, por alguns minutos, tensionar o corpo inteiro sem usar os músculos físicos. Poderá ocorrer durante o exercício: formigamento, pressão interna, e uma pressão sobre o cérebro. Lembre-se de evitar o tensionamento dos músculos físicos, pois, os resultados poderão ser comprometidos num momento crítico da prática.

VISUALIZAÇÃO

Imediatamente após ter despertado de um sono, permaneça imóvel e com os olhos fechados. Por 3 a 5 segundos, concentre um intenso desejo em ver, e, literalmente criar, um objeto específico. O objeto deverá ser visualizado em repouso, a cerca de 10 a 15 centímetros de distância do praticante. Limite a visualização a objetos simples e familiares, como: uma maçã, uma flor, uma esfera, ou a própria mão. Às vezes, é útil imaginar um objeto flutuando logo acima das sobrancelhas, ao invés de diretamente à frente. Se não aparecer nada durante este período de tempo, uma técnica diferente deverá ser usada.

Se um objeto aparecer, continue olhando fixo para ele, e, em um determinado momento, perceberá que já está em pé ao lado dele, em algum lugar no ambiente da FASE. Quando o objeto tornar-se realista, deverá ser tentada a separação do corpo.

VISUALIZAÇÃO COMBINADA

Imediatamente após ter despertado de um sono, permaneça imóvel e com os olhos fechados. Imagine um movimento físico, por 10 a 15 segundos, enquanto toca um objeto e, simultaneamente, examine os detalhes imaginados do quarto. Se não aparecer nada durante este período de tempo, uma técnica diferente deverá ser usada. Se as sensações reais e imaginárias se misturarem, continue a prática, até que as sensações imaginadas superem os sentidos primários.

MOVIMENTO IMAGINADO

Imediatamente após ter despertado de um sono, permaneça imóvel e com os olhos fechados. Por 5 a 10 segundos, concentre-se na visualização de qualquer das seguintes ações: mover-se, andar, correr, dar cambalhotas, puxar corda, ou nadar. Tente, durante o período de prática, imaginar o movimento como sendo um evento real e ativo. Se nada acontecer, uma técnica diferente deverá ser empregada. Se os resultados ocorrerem na forma de sensação de mobilidade, deverá ser dada continuidade ao movimento imaginado, até que o mesmo se torne a sensação dominante. Quando o movimento atinge a primazia, normalmente é acompanhado por translocação para a FASE. Se a translocação não ocorrer automaticamente, é recomendada a utilização de uma técnica de separação.

SENSAÇÕES IMAGINADAS

Imediatamente após ter despertado de um sono, permaneça imóvel e com os olhos fechados. Por 3 a 5 segundos, imagine que um objeto específico esteja sendo segurado com a mão. Se nada acontecer, uma técnica diferente deverá ser utilizada. Se a impressão da forma e do peso se tornarem aparentes, concentre-se fortemente na sensação, tentando aprofundar a experiência. Uma vez que a presença do objeto na mão alcance uma qualidade realista, tornar-se-á possível a separação. No entanto, é preferível continuar a manipulação do objeto. O praticante é livre para imaginar qualquer tipo de objeto que caiba em sua mão. Exemplos: um telefone, um copo, um controle remoto, uma bola, uma caneta, ou uma caixa.

MOVIMENTO DOS OLHOS

Imediatamente após ter despertado de um sono, permaneça imóvel e com os olhos fechados. Realize de 2 a 5 movimentos oculares fortes, da esquerda para a direita ou de cima para baixo. Se nada acontecer, a técnica deverá ser substituída por outra. Caso ocorram vibrações, as mesmas deverão ser intensificadas, e, em seguida, deverá ser tentada a separação.

PONTO NA TESTA

Imediatamente após ter despertado de um sono, permaneça imóvel e com os olhos fechados. Por 3 a 5 segundos, tente visualizar um ponto no meio da testa. Se nada acontecer, uma técnica diferente deverá ser usada. Se ocorrerem vibrações, elas poderão ser intensificadas por meio da técnica do ponto na testa, ou através da técnica do tensionamento do cérebro, facilitando a separação do corpo. Além disso, poderão surgir sons que permitirão a prática da audição interna.

MÉTODO DO MEDO

Imediatamente após ter despertado de um sono, permaneça imóvel e com os olhos fechados. Por 3 a 5 segundos, imagine que algo horrível, relacionado a um cemitério esteja perto de você, algo macabro, ou o pior pesadelo imaginável. Se nada acontecer, uma técnica diferente deverá ser empregada. No entanto, um medo agudo poderá ocorrer, momento em que uma técnica de separação poderá ser aplicada. Também poderão surgir vibrações ou ruídos que permitirão o uso de outras técnicas indiretas. Um problema comum com o uso desta técnica é que o medo pode deixar o praticante tão desconfortável na FASE, que ele não desejará nada mais do que voltar para a vigília.

RECORDANDO O ESTADO DE FASE

Imediatamente após ter despertado de um sono, permaneça imóvel e com os olhos fechados. Por 3 a 5 segundos, relembre as sensações que experimentou numa experiência anterior de FASE. Isso só funcionará para os praticantes que já tenham, anteriormente, alcançado o estado de FASE. Se nada acontecer, uma técnica diferente deverá ser usada. Se as sensações forem recordadas, a separação poderá ocorrer espontaneamente ou ser tentada. Vibrações ou ruídos também poderão surgir durante a prática desta técnica, caso em que poderão ser praticados, a audição interna ou o tensionamento do cérebro.

CONCENTRAÇÃO NA RESPIRAÇÃO

Imediatamente após ter despertado de um sono, permaneça imóvel e com os olhos fechados. Por 3 a 5 segundos, direcione sua atenção para a respiração; o subir e descer da caixa torácica, o enchimento e esvaziamento dos pulmões, a entrada e a saída do ar. Se nenhum resultado ocorrer, uma técnica diferente deverá ser usada. Se vibrações, ruídos, ou a separação espontânea ocorrerem, a prática desta técnica deverá ser intensificada até seu máximo proveito.

SELECIONANDO AS TÉCNICAS CORRETAS

O próximo passo para dominar as técnicas indiretas é a escolha das técnicas que mais se adequem às predisposições individuais. Não há nenhum sentido em escolher uma técnica ou outra, somente porque parece mais interessante ou porque alguém escreveu ou falou muito a respeito. A escolha deve ser baseada no que for mais conveniente ao praticante.

Dentre todas técnicas indiretas primárias enumeradas, praticamente só o tensionamento do cérebro funciona de forma fácil e rápida para 95% dos praticantes. Todas as outras técnicas funcionam imediatamente para apenas cerca de 25% a 50% dos praticantes, durante o treinamento inicial. No entanto, após várias sessões de treinamento, cada técnica produz resultados para 75% dos praticantes comprometidos.

Todo praticante deve identificar um determinado conjunto de técnicas que funcione melhor. Um conjunto deve ser composto de, pelo menos, 3 técnicas; 4 ou 5, é ainda melhor, pois permite mais opções e combinações práticas. Técnicas que não estão funcionando, não devem ser descartadas, pois oferecem uma oportunidade para alcançar o sucesso através de novas experiências, que, anteriormente, não apresentaram bons resultados.

Para garantir a correta seleção das técnicas, cada uma deve ser praticada em separado ao longo de um período de, pelo menos, três dias. Deve-se experimentar cada uma das técnicas primárias de 2 a 10 minutos antes de adormecer, ou mesmo durante o dia. É bom escolher, pelo menos, uma técnica secundária. Este regime permite uma determinação precisa das técnicas que irão produzir os melhores resultados para o praticante. Durante o processo de seleção das técnicas personalizadas, o praticante deverá aprendê-las e retê-las de uma forma íntima e pessoal, o que afetará positivamente a maneira como elas serão usadas nos momentos críticos.

A seleção final das técnicas deve ser variada. Por exemplo: a escolha de ambas as técnicas, de tensionamento do cérebro e de tensionamento de todo o corpo, é inútil, pois são praticamente a mesma coisa. Tal prática tende mais ao fracasso que ao êxito. É por isso que as técnicas devem envolver vários tipos de percepções sensoriais: visual, auditiva, cinestésica, vestibular, percepção sensorial imaginária, e a tensão interna. Lembre-se que as prioridades e os objetivos mudam com o tempo, e que, uma técnica que parou de funcionar de forma inesperada durante as tentativas iniciais, poderá revelar-se útil mais tarde. Seja flexível. Nenhum conjunto de técnicas deve ser considerado como único. Na verdade, o conjunto de técnicas deve ser mudado várias vezes ao longo das primeiras semanas, à medida que o praticante for descobrindo quais produzem os melhores resultados individuais.

Para concluir esta parte, uma tabela será apresentada, detalhando as técnicas indiretas mais eficazes. A tabela foi construída à partir dos dados coletados na sala de aula da Escola de Viagens Fora do Corpo e pode ser útil na determinação de um conjunto eficaz de técnicas indiretas.

As técnicas indiretas mais eficazes nos seminários da Escola de Viagem Fora do Corpo

Observação de Imagens

15%

Movimento Fantasma

15%

Audição Interna

15%

Rotação

10%

Tensionamento do Cérebro

5%

Tensionamento do corpo sem usar os músculos

5%

Adormecimento Forçado

5%

Mistura de técnicas

10%

Outras técnicas

20%

TÉCNICAS DE SEPARAÇÃO

Vamos começar com um fato totalmente chocante: durante um terço das entradas bem sucedidas na FASE, não é necessário realizar nenhuma técnica de entrada específica, pois as técnicas de separação são imediatamente bem sucedidas. Este fato foi estatisticamente comprovado nos seminários da Escola de Viagens Fora do Corpo e nas análises de outras fontes. Por outro lado, um entendimento incorreto de técnicas de separação pode levar a conseqüências indesejáveis. É possível um praticante entrar no estado de FASE e ser incapaz de se separar do corpo. Portanto, é muito importante entender como as técnicas de separação funcionam, uma vez que são a chave para o sucesso.

Fato interessante!

Com relativa freqüência, o praticante tenta empregar técnicas de separação e não obtém sucesso, porém, mais tarde, inesperadamente, entenderá que estava deitado em uma posição diferente da que achou que estivesse, e, na verdade, só teria sido necessário ele se levantar. Isso acontece principalmente entre os iniciantes e é indicativo de uma compreensão incorreta das técnicas de separação.

Às vezes, o praticante precisa apenas pensar sobre a separação para que ela aconteça. Esta é uma raridade, o que explica a existência de toda uma série de técnicas auxiliares. As técnicas de separação mais importantes são: rolamento, levantar-se, escalada, e levitação.

ROLAMENTO

Quando estiver despertando do sono, tente rolar até a borda da cama ou até a parede sem o uso dos músculos. Não se preocupe em cair da cama, bater na parede, ou com os detalhes de como você deve se sentir quando estiver utilizando esta técnica. Apenas role.

LEVANTAR-SE

Ao acordar, tente sair da cama sem esforço físico. Esta técnica deve ser realizada da maneira que for mais confortável para o praticante.

ESCALADA

Ao despertar, tente sair do corpo escalando (usando um apoio), sem o uso dos músculos. O apoio pode ser: a borda da cama, a parede, o criado mudo e etc. Essa técnica deve ser utilizada quando houver uma separação parcial ou quando uma parte do corpo foi completamente separada.

LEVITAÇÃO

Ao acordar, tentar levitar para cima, paralelo à cama. Ao tentar levitar, não procure saber como isso deve ser realizado; todo mundo, intuitivamente, sabe como levitar a partir de suas experiências com os sonhos.

QUEDA

Praticamente o mesmo que a levitação: ao acordar, tentar afundar na cama.

PUXANDO PARA FORA (SAÍDA FRONTAL)

Ao acordar, tentar sair do corpo através da cabeça, como se estivesse escapando de um casulo com tampa.

ROLAMENTO PARA TRÁS

Ao despertar, tentar executar uma cambalhota para trás sobre a cabeça, sem usar os músculos físicos.

INCHAR OS OLHOS

Ao acordar, empurre para fora ou inche os olhos sem abri-los. Pode ocorrer um movimento frontal em direção a separação.

As técnicas de separação são unidas por uma idéia singular: nada deve ser imaginado, o movimento deve ser tentado sem o uso de músculos físicos. As técnicas produzem as mesmas sensações de movimento sentidos na vida real. Se nada acontecer imediatamente depois da tentativa, então a técnica não irá funcionar naquele momento, embora possa apresentar resultados em um momento posterior. O praticante, imediatamente, será capaz de reconhecer se a técnica funcionou. No entanto, as pessoas estão, muitas vezes, despreparadas para o realismo das sensações e pensam que estão fazendo um movimento físico, ao invés de perceber que, uma parte ou a totalidade do corpo, se separou. Após uma falha como esta, deve ser feita uma análise cuidadosa, com o objetivo de entender o que aconteceu, e, à partir daí, tornar possível o planejamento de uma próxima tentativa bem sucedida.

Se a separação foi incompleta ou ocorreu com alguma dificuldade, é um sinal de que a técnica está sendo realizada corretamente. Força e esforço agressivo são necessários, a partir deste ponto, para conseguir a separação completa. Por exemplo: se algum movimento começou e, em seguida, parou, depois de ter feito algum progresso, então o praticante deve executar novamente o mesmo movimento, na mesma direção, porém, de forma ainda mais forte.

Para praticar técnicas de separação, deite-se com os olhos fechados e tente todas elas ao longo de vários minutos. A separação provavelmente será realizada se nenhum músculo físico for tensionado e, mesmo assim, ocorrer uma sensação de movimento. Haverá um esforço interno forte, e quase físico, para executar um movimento. Naturalmente, nenhum movimento físico realmente ocorrerá e o praticante permanecerá deitado e imóvel, no entanto, no momento certo, essas ações levarão a uma entrada na FASE.

Fato interessante!

Aproximadamente, de 1% a 3% do tempo em que a FASE é praticada, o praticante percebe imediatamente, após despertar, que já está separado. Isto significa que já é possível ir a algum lugar e deitar, sentar, ficar de pé e etc. Isto não é, contudo, tornar-se consciente em um sonho, mas é realmente um despertar.

O MELHOR MOMENTO PARA A REALIZAÇÃO DA PRÁTICA

As chaves para a prática são: a quantidade e a qualidade das tentativas; diretamente responsáveis pelo aprimoramento das habilidades de um praticante. Existem janelas de tempo mais adequadas para o emprego de técnicas indiretas.

O sono segue um padrão cíclico. Despertamos a cada hora e meia, e então, rapidamente adormecemos, o que dá origem aos ciclos do sono. Além disso, experimentamos dois estágios primários de sono: movimentos rápidos dos olhos (REM – Rapid Eyes Movements), e movimentos “não rápidos” dos olhos (NREM – Non-Rapid Eyes Movements). O sono NREM (movimentos “não rápidos” dos olhos) inclui muitos estágios internos. Quanto mais dormimos, menos o corpo precisa do sono NREM profundo, e mais tempo passamos em sono REM. A entrada na FASE é mais provável de ocorrer durante o sono REM.

A melhor maneira de implementar as técnicas indiretas é através da utilização do método diferido (adiado). O objetivo do método é: interromper um ciclo de sono durante a sua FASE final e, em seguida, interrompê-lo novamente, depois de voltar a dormir, o que torna sono leve (superficial) durante o resto do ciclo. O sono será acompanhado por despertares freqüentes que podem ser usados produtivamente.

Por exemplo: se um praticante for para a cama à meia-noite, então deverá programar um despertador para seis horas da manhã. Ao acordar, o praticante deverá fazer algum tipo de atividade física, como: ir ao banheiro, beber um copo d’água, ou ler algumas páginas deste livro. Mais tarde, deverá voltar para a cama, pensando em como, dentro das próximas duas a quatro horas, ele irá acordar várias vezes e fazer uma tentativa de entrar na FASE em cada despertar.

Se o praticante for para a cama mais cedo, então seu despertador deverá ser ajustado, levando-se em conta a mesma quantidade de tempo, pois, seis horas de sono é o ideal. Se o praticante dormir menos que seis horas, o sono da segunda metade da noite será muito profundo. Se o praticante dormir mais que seis horas, haverá pouco tempo restante para as tentativas, ou então, ele não mais será capaz de adormecer.

Se o praticante tiver dificuldade em voltar a dormir quando é acordado de forma forçada, então ele não deve fazer uso de um despertador.

Naturalmente, o método diferido (adiado) é mais aplicável aos casos onde o praticante tem a possibilidade de dormir o quanto deseje, sem ter que acordar cedo. Nem todo mundo pode desfrutar diariamente desse hábito, mas, quase todo mundo tem dias de folga, quando o tempo pode ser reservado para a prática do método diferido (adiado). É, através do método diferido (adiado), ensinado nas salas de aula dos cursos da Escola de Viagens Fora do Corpo, que, até dois terços dos participantes, conseguem entrar na FASE em um único final de semana!

A segunda janela de tempo mais eficaz para entrar na FASE, acontece no momento do natural despertar matinal. Isso geralmente ocorre durante uma soneca após uma noite inteira de sono.

Outro tempo efetivo para a prática de técnicas indiretas, acontece após o despertar de um cochilo durante o dia. Mais uma vez, este tipo de sono é leve e curto, o que fornece o relaxamento necessário ao corpo, e também permite que a memória e a intenção sejam mantidas intactas no momento do despertar. Nem todos têm a oportunidade de tirar cochilos durante o dia, mas, se tal oportunidade surgir, então será muito benéfico aproveitá-la.

Despertares noturnos são menos eficazes para a experimentação da FASE, pois nestes momentos o cérebro ainda necessita de uma grande quantidade de sono profundo. Ao despertar durante a noite, a mente ainda está relativamente fraca e dificilmente capaz de qualquer esforço. Mesmo que alguns resultados sejam observados, o despertar, muitas vezes, termina com o rápido retorno ao sono. Isto não quer dizer que a prática da FASE não possa ocorrer à noite, ela só não será tão eficaz como em outros momentos. A opção noturna é melhor para aqueles que não têm a oportunidade de usar as outras janelas de tempo.

Despertamos, à noite, a cada 90 minutos, razão pela qual, um mínimo de quatro despertares é quase garantido enquanto dormimos, mesmo por apenas seis horas. Quando o praticante sabe disso e se esforça para aproveitar esses momentos, com o tempo, ele irá realmente obter vantagens.

DESPERTAR CONSCIENTE

Despertar consciente é acordar com um pensamento em particular, e, em nosso caso, um pensamento sobre as técnicas indiretas. Devido às peculiaridades da mente humana e seus hábitos, nem sempre é fácil, ao acordar, conseguir lembrar de qualquer idéia em particular.

Fato interessante!

Existe uma crença de que o fenômeno de viagens fora do corpo seja praticamente inatingível, e seja acessível apenas a uns poucos eleitos, através de práticas que requerem conhecimentos secretos. No entanto, a maior dificuldade quando se tenta experimentar viagens fora do corpo em um curto período de tempo, reside apenas em lembrar imediatamente das técnicas ao acordar e permanecer imóvel. Isso tudo é simples e direto. Mas é, precisamente esse detalhe, o maior obstáculo ao tentar experimentar um fenômeno tão incomum.

Isso não é difícil para aproximadamente 25% da população. No entanto, para os outros três quartos da população, esta é uma barreira tão difícil, que pode até parecer insuperável. Se tais pensamentos surgirem, deve-se entender que, as tentativas persistentes e os treinamentos são a chave para superá-los.

As razões pelas quais as pessoas são incapazes de se lembrar das técnicas para entrar na FASE ao acordar, são: não ter o hábito de fazer alguma coisa imediatamente após o despertar, o desejo de dormir mais, o desejo de ir ao banheiro, sentir sede, o desejo de começar a resolver os problemas do dia-a-dia, e assim por diante.

O despertar consciente, com a intenção de tentar uma técnica indireta, deve ser a meta principal do praticante. A velocidade com a qual a FASE é experimentada e desenvolvida, depende disso.

Existem vários truques eficazes para a aprendizagem do despertar consciente:

Intenção ao adormecer: Um fato científico muito claro tem sido comprovado por sonologistas (cientistas que estudam o sono): ao acordar, as pessoas costumam pensar o mesmo que estavam pensando antes de adormecer. Este fenômeno é fácil de ser observado quando as pessoas enfrentam um problema sério na vida; elas dormem e acordam pensando nele. Assim, em um caso como esse, se as dificuldades forem substituídas por um desejo de praticar a FASE, será obtido o efeito desejado. Não é necessário pensar apenas sobre o despertar consciente, enquanto adormece. É suficiente afirmar a intenção, clara e distintamente, até mesmo em voz alta. A prática desses tipos de ações conscientes, no momento em que se está adormecendo, auxilia decisivamente no sucesso das técnicas indiretas, ao acordar.

Intenção geral: Quanto mais claramente o praticante concentrar-se na importância e necessidade de acordar e imediatamente lembrar-se de praticar as técnicas, mais sólida a intenção se tornará, e maior será a probabilidade do processo cumprir seu papel, e realmente gerar resultados.

Afirmando desejos: Às vezes, para algumas pessoas, afirmar uma intenção interna não é o suficiente, pois são incapazes de fazê-lo corretamente, em virtude de características individuais. Neste caso, uma afirmação dos desejos deve ser introduzida no nível físico. Isso pode ser implementado na forma de uma nota com a descrição de um objetivo, colocado ao lado da cama, sob o travesseiro, ou pendurada na parede. Pode ser uma conversa com amigos ou familiares sobre o desejo particular, ou vocalizar por várias vezes as ações que precisarão ser executadas ao acordar. Pode até ser uma nota escrita em um diário, blog ou mensagens de texto num telefone celular.

Analisando tentativas fracassadas de despertar consciente: Ao lembrar da tentativa fracassada, depois de vários minutos, várias horas, ou mesmo no final do dia, concentre-se, e decida ter sucesso durante a próxima tentativa. A exploração profunda do fracasso é altamente eficaz e prática, uma vez que o praticante está aprendendo o que funciona, o que não funciona, e tomando decisões saudáveis visando o sucesso.

Criando motivação: Quanto maior for o desejo de entrar na FASE para realizar um objetivo, mais rápido será alcançado o sucesso no despertar consciente. A motivação deve ser criada por um grande desejo de fazer ou experimentar algo na FASE. Em geral, visitas anteriores à FASE são uma grande motivação, mas uma pessoa que não a conhece, precisará de algo com o qual possa relacionar. Para alguns, poderia ser o sonho de infância de voar até marte, para outros, a oportunidade de ver um ente querido que faleceu, a chance de obter informações específicas, influenciar o curso de uma doença física, e assim por diante.

Além dos métodos naturais utilizados para se conseguir um despertar consciente, existem vários dispositivos e ferramentas que podem ser empregados como facilitadores. Estes serão abordados no Capítulo 5, na seção que descreve maneiras não autônomas de entrada na FASE.

O melhor momento para o despertar consciente acontece ao sair de um sonho. Este é o momento mais eficaz e produtivo para se tentar a separação ou a realização das técnicas. Neste momento, a consciência física do corpo está em seu mínimo. A conscientização no final de um sonho, muitas vezes ocorre após pesadelos, experiências dolorosas no sonho, sonhos caindo, ou qualquer sonho que provoque um despertar repentino. Ao longo do tempo, o praticante deve desenvolver um reflexo que permita que se executem ações planejadas no momento do despertar, quando a própria consciência ainda não teve tempo para retornar (ao estado de vigília). Esse tipo de reflexo é altamente benéfico para aproveitar o momento mais oportuno de entrar na FASE.

Devido a vários fatores psicológicos e fisiológicos, é pouco provável conseguir um despertar consciente após todos os ciclos de sono. Assim, não tem sentido ficar chateado, se o despertar consciente não ocorrer o tempo todo. Ter apenas 2 a 3 despertares por dia, é normal. Quando praticado diariamente, 2 a 3 despertares são suficientes para a tentativa de entrada na FASE, de 2 a 5 vezes por semana.

Não vale a pena se deixar levar por um número excessivo de tentativas. Durante os cursos da Escola de Viagens Fora do Corpo, foi observado que 10 despertares conscientes ou mais (alguns alunos tentam 20 ou mesmo 30), ao longo de uma noite e uma manhã, raramente produzem resultados. Se o praticante impõe a si mesmo uma meta tão desejada, a ponto de sua realização quebrar o ritmo natural do corpo, ele é privado dos estados intermediários de transição que tornam a FASE efetiva. O praticante também pode rapidamente tornar-se emocionalmente esgotado, em conseqüência do grande número de tentativas, e ser incapaz de empurrar os limites na direção correta. O praticante apenas ficará cansado. Se isso começar a acontecer, é melhor se acalmar e tentar abordar o assunto de uma forma mais relaxada, uniforme e gradual.

DESPERTAR SEM MOVIMENTO

Além de lembrar da FASE imediatamente ao acordar, outro requisito importante é despertar sem se mover, o que é difícil. Ao acordar, devem ser evitados: se coçar, fazer alongamento, abrir os olhos e ouvir sons reais. Qualquer movimento ou percepção real, irá, muito rapidamente, desintegrar o estado intermediário e introduzir a realidade, causando a ativação da mente e de suas conexões com os órgãos sensoriais.

Se houver dificuldade em acordar sem se mover, não se desespere, basta continuar tentando. Mais cedo ou mais tarde, o corpo irá ceder à prática, e tudo acontecerá sem problemas. Uma vez que o praticante aprenda consistentemente acordar com calma e de forma gradual, o sucesso rapidamente se segue. No entanto, se o despertar for consciente, mas houver movimento, não significa que o praticante não possa fazer imediatamente uma tentativa de entrar na FASE. Tais tentativas, apesar de serem cerca de 5 vezes menos eficazes, não devem ser desperdiçadas. Lembre-se que é preciso primeiro neutralizar os efeitos do movimento, para depois retornar a um estado intermediário. No caso de ter se movido, é extremamente útil começar a prática com a técnica do adormecimento forçado. A audição interna também funcionará bem, assim como a observação de imagens e o movimento fantasma. Cada uma das técnicas deverá ser realizada passivamente por 5 a 15 segundos, ao invés da duração normal que é de 3 a 5 segundos. Depois disso, o ciclo de técnicas deverá ser iniciado.

Despertar sem se mover, apesar de toda a sua importância, não deve ser um objetivo em si mesmo, e também não vale a pena sofrer por isso. Ao despertar, se houver grande desconforto, uma parte do corpo estiver coçando, surgir uma necessidade de deglutir, ou qualquer outra forma de reflexo natural, é melhor, primeiramente, lidar com ele, e, em seguida, agir de acordo com as práticas recomendadas quando acontece movimento ao acordar.

Nem todos os movimentos ao despertar são reais e, mesmo que apenas por esta razão, caso o movimento ocorra, técnicas indiretas devem ser utilizadas.

Fato interessante!

Até 20% das sensações e ações que acontecem ao acordar não são reais, como parecem, são sensações fantasma.

Falsas sensações ocorrem de maneiras muito diversificadas. Muitas vezes as pessoas não entendem o que está acontecendo, a menos que tenham experimentado a FASE. Por exemplo: uma pessoa pode pensar que está coçando a orelha com a mão física, quando está realmente usando a mão fantasma. Uma pessoa pode ouvir pseudo-sons na sala, na rua, ou na vizinhança, sem notar nada de anormal. Ou, uma pessoa pode olhar ao redor do quarto sem saber que seus olhos estão realmente fechados. Se tais momentos acontecerem, o praticante deverá tentar imediatamente a separação.

CICLOS DE TÉCNICAS INDIRETAS

Ciclos de Técnicas Indiretas:

1) Teste técnicas de separação durante os primeiros 5 segundos

2) Se a separação não ocorrer imediatamente, executar as técnicas indiretas

– Técnica “a”

– Se a técnica “a” não funcionar, tente a técnica “b”

– Se a técnica “b” não funcionar, tente a técnica “c”

3) Se o ciclo de técnicas “a-b-c” não der resultados, ele deve ser repetido pelo menos mais 3 vezes.

4) Se todos os 4 ciclos não derem resultados, o praticante deverá voltar a dormir, para acordar novamente mais tarde e tentar novamente todos os procedimentos.

Até agora foram descritas, técnicas indiretas utilizadas para a entrada na FASE e técnicas para se obter a separação. O despertar consciente e os melhores horários para a realização das práticas, também foram examinados. Agora será apresentada, uma seqüência específica de ações para a implantação das técnicas indiretas. Seguindo esta seqüência, poderão ser obtidos resultados rápidos e práticos.

Seqüência de Ações ao Acordar:

1) Teste técnicas de separação durante 5 segundos

Um terço das tentativas bem sucedidas de entrada na FASE, advém do sucesso imediato de uma técnica de separação. Isso se deve ao fato de que, os primeiros segundos depois de acordar, são os mais úteis para se entrar na FASE. Quanto menos tempo tenha passado após o despertar, melhor. Se o praticante deitar-se e ficar simplesmente esperando algo acontecer, as chances rapidamente se dissiparão.

Ao acordar, de preferência sem se mover, o praticante deve imediatamente tentar várias técnicas de separação, como: rotação, levantar-se, ou levitação. Se uma técnica de repente começar a dar resultados por aproximadamente 5 segundos, então a separação do corpo deve ser tentada. Poderá surgir, durante as tentativas de separação, uma inércia, uma dificuldade ou uma barreira. Não deve ser dada atenção a estes problemas. Ao invés disso, decida agressivamente se separar do corpo.

Tentar a separação imediatamente ao acordar, é uma habilidade de extrema importância, que vale a pena ser aprimorada desde o começo, e nunca deverá ser esquecida.

2) Ciclo de técnicas indiretas a ser utilizado pelo praticante, caso não ocorra a separação

Se a separação não acontecer depois de alguns segundos, significa que ela provavelmente não ocorrerá, independentemente do tempo utilizado no esforço. Neste momento, o praticante deverá recorrer a outras técnicas.

O praticante deve escolher no mínimo 3 técnicas, entre primárias e secundárias, que se adequem a um repertório prático. Este é o momento em que as técnicas são postas em prática.

As seguintes técnicas serão usadas apenas como exemplo: (a) observação de imagens, (b) movimento fantasma, e (c) audição interna.

Depois de uma tentativa fracassada de separação, o praticante deverá começar imediatamente a observação do vazio atrás das pálpebras. Se começarem a aparecer imagens dentro de 3 a 5 segundos, a observação deve continuar, sem que as mesmas sejam examinadas em detalhe, do contrário, elas evaporar-se-ão. Como resultado desta ação, a imagem rapidamente poderá tornar-se cada vez mais realista e colorida, envolvendo o praticante. Se tudo acontecer corretamente, ocorrerá uma translocação súbita para dentro da cena, ou então, quando a imagem tornar-se muito realista, deverá ser tentada a separação do corpo. Se nada acontecer após 3 a 5 segundos, o praticante deverá passar a utilizar a técnica do movimento fantasma.

Por 3 a 5 segundos, o praticante deve rapidamente procurar no corpo inteiro uma parte que possa ser movimentada, ou então, todo o período de tempo pode ser utilizado para a tentativa de movimentação de uma parte específica do corpo: um dedo, uma mão ou uma perna. Se os efeitos desejados ocorrerem, o praticante deverá continuar com a técnica, visando atingir a amplitude máxima possível de movimento. Durante este processo, uma série de coisas poderão acontecer, incluindo, a separação espontânea, uma tentativa de separação bem-sucedida, a livre movimentação de uma parte do corpo, ou a presença de sons ou vibrações. Todos estes eventos são bastante proveitosos. Se nada se movimentar ao longo de 3 a 5 segundos, o praticante deverá passar a utilizar a técnica da audição interna.

O praticante deve tentar detectar um som interno. Se aparecer algum som, o praticante deverá tentar fazê-lo crescer em volume. Como resultado, o volume do som poderá aumentar, até se tornar um rugido, então, poderá ocorrer: a separação espontânea, a tentativa de uma técnica de separação, ou o aparecimento de vibrações. Se nenhum ruído ocorrer ao longo de 3 a 5 segundos, todo o ciclo deverá ser repetido.

É benéfico examinar a razão através da qual se justifica o uso de um conjunto de três técnicas indiretas. Isto é motivado pelo fato de que o corpo, muitas vezes, reage às técnicas de forma muito peculiar. Uma determinada técnica pode funcionar um dia e não funcionar em outro. Se apenas uma técnica for utilizada, até mesmo uma muito boa, e que funciona freqüentemente, o praticante poderá ser privado de muitas experiências diferentes, justamente por não ter tirado vantagem da variedade. Assim, um repertório prático, deve ser composto de várias técnicas.

Fato interessante!

Algumas vezes, a primeira técnica que funciona para um praticante, não resulta em entrada na FASE na próxima tentativa, por outro lado, outras técnicas que não eram eficazes nos estágios iniciais da prática, mais tarde podem começar a funcionar regularmente.

3) Repetição do ciclo de técnicas indiretas

Se o primeiro ciclo de 3 técnicas não der qualquer resultado claro, não significa que tudo esteja perdido. Mesmo se as técnicas não funcionarem, elas deixarão o praticante mais perto do estado de FASE, e será necessário simplesmente continuar usando as técnicas de observação de imagens, movimento fantasma, e audição interna, repetindo este processo pelo menos mais 3 vezes.

Após ter sido realizado um ciclo de técnicas, será possível, facilmente, passar a fazer um segundo ciclo, um terceiro, um quarto, e assim por diante. É bastante provável que, durante um destes ciclos, uma das técnicas, de repente, comece a funcionar, mesmo que ela não estivesse funcionando poucos segundos antes.

Um praticante sério deve se comprometer com, no mínimo, 4 ciclos. O problema reside no fato de que, é psicologicamente difícil fazer algo que tenha se mostrado um fracasso. Assim, o praticante pode querer desistir de tomar outras atitudes, justamente num momento em que poderia estar na iminência de entrar na FASE. Faça várias tentativas! Houve casos em que foram necessários vinte ciclos para que fossem produzidos resultados. Um esforço monumental; mas o resultado vale a pena.

4) Adormecer com a possibilidade de tentar novamente.

Se o praticante for incapaz de entrar na FASE, após a realização dos ciclos e das tentativas de separação, ou mesmo se tudo der certo, ainda assim, é melhor voltar a dormir para facilitar as tentativas subseqüentes. Novamente, é muito importante ir dormir com uma intenção, claramente definida, de executar os ciclos ao acordar. Essa intenção aumenta em muito a probabilidade de que a próxima tentativa ocorra em breve. Ou seja, não se deve adormecer com a cabeça vazia e o desejo de obter simplesmente uma boa noite de sono. Se estiver usando o método diferido (adiado), então, a intenção clara é obrigatória, já que várias tentativas são possíveis ao longo de um ciclo de sono.

Mesmo que, apenas algumas das tentativas estejam acompanhadas por um esforço decidido e concentrado, os 4 passos descritos na seqüência de ações poderão produzir a entrada na FASE.

Para usar, de forma mais efetiva, o sistema de ciclos de técnicas indiretas, é necessário discutir o que fazer quando a técnica, inicialmente funcionar e, em seguida, o progresso cessar, não ocorrendo a entrada na FASE. Se uma técnica começou a funcionar, apenas a falta de experiência e habilidade impedirá a FASE.

As barreiras, caso ocorram, poderão ser superadas através da mudança temporária para outras técnicas. Vamos supor que: ruídos obtidos com a utilização da técnica da audição interna, cresceram até atingirem um determinado volume, e então, estabilizaram. Certamente seria benéfico mudar, por alguns segundos, para a técnica do adormecimento forçado, ou da observação de imagens e, em seguida, retornar à técnica da audição interna. O som pode, então, tornar-se muito mais alto e proporcionar uma oportunidade para prosseguir com a técnica. Ocasionalmente, faz sentido interromper as técnicas várias vezes e depois retornar para a que produziu mais resultados.

É possível executar, simultaneamente, duas ou mesmo três técnicas, e não ter como resultado, efeitos negativos. Também é normal e natural alterar a ordem das técnicas, desviando-se de um plano específico de ação. Por exemplo: muitas vezes surgem sons durante a técnica do movimento fantasma. Neste caso, o praticante deve simplesmente passar para a técnica da audição interna. Outros pares de resultados freqüentemente encontrados são: imagens a partir de sons, sons a partir do tensionamento do cérebro, tensionamento do cérebro a partir de sons, vibrações a partir da rotação, vibrações a partir do movimento fantasma, e assim por diante.

Durante as tentativas iniciais de ciclos de técnicas indiretas, um praticante iniciante pode ficar confuso num momento crítico, esquecendo-se do que fazer e de como deve ser feito. Isso é normal, e a solução é fazer o que, de imediato, vier à mente. Resultados podem ser alcançados desta maneira. Quando o praticante estiver mais à vontade com a prática, tais problemas não mais ocorrerão.

DICAS

A execução de ciclos variados de técnicas indiretas é uma condição, quase obrigatória, para a obtenção do melhor resultado. Há algumas exceções. Às vezes, através de indicadores indiretos, o praticante pode estar inclinado a começar com determinadas técnicas, independentemente do que havia sido planejado. A capacidade de usar tais sinais, desempenha um papel extremamente importante na utilização das técnicas indiretas, pois permite ao praticante aumentar substancialmente a eficácia.

Dica número 1: Imagens

Ao acordar, se o praticante toma consciência de algumas imagens, fotografias, ou restos de sonhos, então, deve-se proceder imediatamente para a técnica da observação de imagens, e todos os resultados daí decorrentes. Se isso não der resultado, então a execução dos ciclos de técnicas indiretas deverá ser iniciada.

Dica número 2: Ruídos

Ao acordar, se o praticante perceber, que está ouvindo um ruído interno, um rugido, um zumbido, um apito, e assim por diante, então ele deverá iniciar imediatamente a execução da técnica de audição interna. Se isso não produzir efeito, então os ciclos de técnicas indiretas deverão ser iniciados.

Dica número 3: Vibrações

Se o praticante, enquanto estiver despertando, sentir vibrações no corpo, elas deverão ser amplificadas através da utilização da técnica do tensionamento do cérebro ou do tensionamento de todo o corpo, sem o uso dos músculos. Quando as vibrações atingirem seu auge, o praticante poderá tentar a separação. Se nada acontecer após várias tentativas, os ciclos de técnicas indiretas deverão ser iniciados.

Dica número 4: Dormência

Se o praticante acordar sentindo dormência em uma parte do corpo, o movimento fantasma dessa parte deverá ser tentado. Se nenhum resultado for obtido após várias tentativas, os ciclos de técnicas indiretas deverão ser iniciados. Claro, será melhor abster-se da execução de outras técnicas, se a dormência for muito intensa e causar um desconforto substancial.

AGRESSIVIDADE E PASSIVIDADE

Durante a prática de técnicas indiretas, incluindo os ciclos, tentativas mal sucedidas podem resultar no adormecimento ou no completo despertar. Estes resultados indicam uma falta ou um excesso de agressividade.

Se o praticante geralmente cair no sono enquanto estiver tentando entrar na FASE, uma ação mais agressiva se faz necessário durante a execução das técnicas indiretas. Se, por outro lado, a maioria das tentativas terminarem em um pleno despertar, a agressividade deverá ser controlada e as técnicas deverão ser realizadas mais lentamente, e de forma mais relaxada. O equilíbrio entre a passividade e a agressividade, é imperativo. O estado de FASE é facilmente alcançado por aqueles praticantes que encontram um meio termo entre a passividade e a agressividade.

A questão da agressividade exige um exame mais detalhado. Muitas vezes, as tentativas de técnicas indiretas são realizadas sem o necessário vigor, sem um desejo ou esforço real, apenas para marcá-las numa lista como: “cumpridas”. São alcançados resultados, mais facilmente, quando o praticante possui um desejo agressivo de entrar na FASE. Os praticantes, mais freqüentemente, pecam pela falta de agressividade que pelo excesso.

ESTRATÉGIA DE AÇÃO

Alguns acreditam, erroneamente, que as técnicas indiretas irão produzir resultados rápidos e fáceis, como uma pílula. Apesar das técnicas descritas neste guia serem os melhores meios para se entrar na FASE, grande esforço ainda precisa ser realizado.

As tentativas são de grande importância, não só para o resultado final, mas também para o próprio processo em si. Durante a prática, é possível aprender, de forma independente, a resolver problemas que podem não ter sido entendidos a partir da leitura do guia. Outras vezes, o praticante poderá encontrar situações que nunca foram descritas até então. É impossível preparar o praticante para todos os possíveis cenários, assim, na medida em que o praticante avança, um portfólio individual e único de experiências passa a ser desenvolvido, o que, certamente, será útil no futuro. Até lá, a prática assídua das informações apresentadas neste livro, deixará o praticante preparado para lidar com sua fronteira pessoal.

As ações nas práticas requerem atenção concentrada. Estude as técnicas e selecione aquelas que funcionem melhor. Estabeleça um objetivo consistente para conseguir despertar sem se mover. Estabeleça um objetivo para que possam ser realizados ciclos de técnicas indiretas ao acordar, dia sim, dia não. Após ter estabelecido claramente um plano de ação, o praticante nunca deverá desviar sua atenção ou dissipar sua energia com outras ações, como, por exemplo, a prática de técnicas diretas. Se as técnicas indiretas não funcionarem no curso de vários dias, continue tentando. Os resultados mais tardios ocorrem em questão de semanas, não meses ou anos, como algumas fontes dizem. Os objetivos devem ser perseguidos obstinadamente, passo a passo, com firmeza, e assiduamente.

Se nenhum resultado ocorrer após 10 a 20 dias, será melhor cessar as práticas por uma semana e descansar um pouco, e somente depois retornar, com uma motivação renovada. É interessante observar que, justamente durante uma parada espontânea, poderão ocorrer entradas na FASE através dos métodos mais diversos.

Se o praticante não obtiver sucesso, mesmo depois de 1 a 2 meses de tentativas, deverá ser realizada uma análise aprofundada do regime, para eliminar alguns eventuais erros ou deficiências mais óbvias. Se, superá-los, tornar-se difícil, ou impossível, não é recomendado mudar para as técnicas diretas, uma vez que já foi provado serem muito mais difíceis que as indiretas. Ao invés disso, deverão ser praticadas as técnicas para entrar na FASE através do sonho consciente.

Também não vale a pena pular as áreas problemáticas, nem tentar compensar os erros, despendendo ainda mais esforços. Por exemplo: ignorar a pré-condição de despertar sem se mover, será uma tentativa infrutífera. Ignorar esse requisito, funciona para poucas pessoas. Ao enfrentar todos os problemas de frente e trabalhar duro, o praticante será ricamente recompensado com preciosas e inesquecíveis experiências. Continue tentando.